Em fome serena que o tempo me trouxe
Uma voz baixa e rouca que o tempo constrói
E muitas crianças que o mundo destrói
E tanta esperança, com o tempo acabou-se
E na crise a derrota vigora outra vez
D'uma triste vivência que o tempo nos fez
Uma fábrica de angústias, que enfim conhecemos
E uma vida alegre por tudo acabemos
E na volta por cima não encontro caminho
Despeço-me de tudo, que o tempo é voraz
No coração um sentimento mesquinho
Machuca um amor que ficou para trás
E na poeira uma poesia desmancha
Num hábito de angústia, saudades que sinto
D'um amor que se fôra, uma falta que sinto
D'uma mãe, de um pai e de uma criança.
Autor: Edinaldo Leal
Nenhum comentário:
Postar um comentário